domingo, 19 de junho de 2016

SESSÃO 27 - 22 DE JUNHO DE 2016 (2)



ABBOTT E COSTELLO EM ÁFRICA (1949)


Se “Bucha e Estica” foi a dupla de sucesso que passou do mudo para o sonoro mantendo alguma qualidade e relevância, “Abbott e Costello” tentaram prolongar o feito, com alguma competência e imaginação, mas sem idênticos resultados. A verdade é que esta dupla se formou apenas a partir de 1940, numa altura em que “Bucha e Estica” anunciavam o declínio. O cinema mudo já ia longe, os efeitos puramente visuais já tinham feito a sua época, imperava agora o humor com base no diálogo e “Abbott and Costello” nunca tiveram asas para voar ao lado dos “Irmãos Marx”. Como sempre nas duplas, esta também viveu da complementaridade, aqui do anafado, simpático e ingénuo, e do magro, pragmático licenciado em truques baixos. Ao contrário de “Bucha e Estica”, aqui é o gorducho que inspira simpatia e, pelos vistos, é o mais importante no desenho do humor. Costello quase se limita a desencadear as situações ou a dar réplica ao seu partner que faz as despesas pelos dois. O seu primeiro filme é “Uma Noite nos Trópicos” e, durante década e meia, criaram alguns bons momentos em filmes onde parodiavam igualmente alguns géneros e profissões: “Ordinário, Marche!”, “Agarra-me esse Fantasma”, “Abbott e Costello, Aviadores”, “Rio Rita”, “Abbott e CosteIo, Cowboys", “Abbott e Costello, Detectives”, “Abbott e Costello nas Corridas”, “Perdidos num Harém”, “Os Campeões do Riso”, “Abbott e Costello, Automobilistas”, “Abbott e Costello e os Monstros”, “Abbott e Costello no México”, “Abbot e Costello entre Assassinos”, “Abbott e Costello em África”, “Abbott e Costello na Legião Estrangeira”, “Abbott e Costello e o Homem Invisível”, “A Galinha dos Ovos de Ouro”, “Encontro com o Capitão Kidd”, “Abbott e Costello vão para Marte”, “Abbott e Costello e o Médico e o Monstro”, “Abbott e Costello e a Múmia”, entre outros. Note-se a persistência na paródia aos filmes de terror, que eram vulgares nesse período, mas sobretudo porque o esquema permitia explorar o “medo” de Abbott que divertia as plateias. Não sendo uma sátira aos filmes fantásticos, “Abbott e Costello em África” segue a mesma construção, brincando com o filme de aventuras, e permitindo colocar o atarantado Abbott na presença de vários malfeitores, fenómenos naturais e animais selvagens como crocodilos, leões ou chimpanzés. O efeito é garantido.
Buzz Johnson (Bud Abbott) e Stanley Livington (Lou Costello) são empregados numa livraria e um dia são convencidos por uma elegante dama a partirem para África, numa expedição. Eles não sabem muito bem ao que vão, mas ficam nas mãos de um perigoso grupo de traficantes de diamantes. Depois as peripécias sucedem-se, com o desgraçado do Buzz, a quem tudo acontece, a deparar-se com uma tribo de indígenas antropófagos, e a ser perseguido por perigosos animais de dentes afiados. Nada que não fosse previsível suceder, para explorar as potencialidades do humor de Abbott, que consegue, na sua inocência, provocar fartas gargalhadas. Tudo filmado nos Nassour Studios, em Hollywood.
É um tipo de humor simples e directo, que fez uma época e conseguiu alcançar os primeiros lugares do “box office” norte-americano. Depois, o declínio foi normal e outra dupla se preparou para os substituir com imenso sucesso de bilheteira: Jerry Lewis e Dean Martin. Agora a cores e com a genialidade de Jerry Lewis a despontar. 


ABBOTT E COSTELLO EM ÁFRICA
Título original: Africa Screams
Realização: Charles Barton (EUA, 1949); Argumento: Earl Baldwin, Martin Ragaway, Leonard Stern (estes não creditados); Produção: David S. Garber, Huntington Hartford, Edward Nassour, Donald Crisp; Música: Walter Schumann; Fotografia (p/b): Charles Van; Montagem: Frank Gross; Direcção artística: Lewis H. Creber; Decoração: Edward R. Robinson; Direcção de Produção: Joe C. Gilpin; Assistentes de realização: Joseph E. Kenney; Som: Robert Pritchard; Efeitos especiais: Carl Lee; Guarda-roupa: Albert Deano; Companhias de produção: Huntington Hartford Productions; Nassour Studios Inc.; Intérpretes: Bud Abbott (Buzz Johnson), Lou Costello (Stanley Livington), Clyde Beatty (Clyde Beatty), Frank Buck (Frank Buck), Max Baer (McCoy), Buddy Baer (Boots Wilson), Hillary Brooke (Diana Emerson), Shemp Howard (Gunner), Joe Besser (Harry), Burt Wenland (Bobo), Charles Gemora, Arthur Hecht, Bill Walker, Martin Wilkins, etc. Duração: 79 minutos; Distribuição em Portugal: Sonoro Filme (1950); Distribuição em Portugal (DVD): Filmes Unimundos; Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 17 de Fevereiro de 1950.
           

ABBOTT E COSTELLO
BUD ABBOTT (1895-1974) LOU COSTELLO (1906-1959)

Bud Abbott (William Abbott) nasceu em Atlantic City (New Jersey), a 2 de Outubro de 1895, e vem a falecer a 24 de Abril de 1974, em Woodland Hills, Los Angeles, Califórnia, EUA. Actor norte-americano, filho de artistas do circo Bamum, Bud Abbott entra no mundo do espectáculo em 1916. Estreia-se na rádio e no teatro em 1930. Em 1940, forma uma parelha com Lou Costello, que atinge grande popularidade até 1950. Retira-se em 1955, depois de uma série autobiográfica para a TV.

Lou Costello (Louis Francis Cristillo) nasceu em Patterson (New Jersey), a 6 de Março de 1906, e faleceu em Hollywood (Califómia), a 9 de Março de 1959. Principia a sua actividade artística na rádio e na TV, estreando-se no teatro como secundário, passando depois ao cinema, ao lado de Bud Abbott. A parelha figurou entre os dez mais rentáveis actores dos EUA, durante os períodos de 1941-1944 e 1948-1951. Em 1959 interpreta o seu último trabalho no cinema, em estilo autobiográfico: “The Thirty Foot Bride of Candy Rock” (Costello e a Mulher Gigante), de Sidney Miller.

ABBOTT E COSTELLO

Filmografia / como actores (em dupla): 1940: One Night in the Tropics (Uma Noite nos Trópicos), de A. E. Sutherland; 1941: Buck Privates (Ordinário, Marche!), de Arthur Lubin; Hold That Ghost (Agarra-me esse Fantasma), de Arthur Lubin; Keep'em Flying (Abbott e Costello, Aviadores), de Arthur Lubin; 1942: Rio Rita (Rio Rita), de S. Sylvan Simon; Pardon My Sarong (Abbott e Costello no Paraíso), de E. C. Kenton; - Ride'em Cowboy (Abbott e CosteIo, "Cowboys"), de Arthur Lubin; Who Don It? (Abbott e Costello, Detectives), de E. C. Kenton; 1943: Hit The Ice (Abbott e Costello Patinadores), de Charles Lamont; It Ain't Hay (Abbott e Costello nas Corridas), de E. C. Kenton; 1944: In Society (Abbott e Costello na Sociedade), de J. Yarbrough; Lost in Harem (Perdidos num Harém), de Charles Reisner; 1945: Here Come The Co-Eds (Abbott e Costello Desportistas),deJ. Yarbrough; The Naughty Nineties (Abbott e Costello na Pândega), de J. Yarbrough; Abbott And Costello In Hollywood (Os Campeões do Riso), de S. S. Simon; 1946: The Time of Their Lives (Abbott e Costello Fantasmas), de Charles T. Barton; Little Giant (O Pequeno Gigante), de William A. Seiter; 1947: Buck Privates Come Home (Abbotte Costello, Automobilistas), de Charles T. Barton; The Wisful Window of Wagon (Abbott e Costello e a Viúva Alegre), de Charles T. Barton; 1948: Abbott and Costelo Meet Frankenstein (Abbott e Costello e os Monstros), de Charles T. Barton; The Noose Hangs High (Abbott e Costello cheios de Azar), de Charles T. Barton; Mexican Hayride (Abbott e Costello no México), de Charles T. Barton; 1949: Abbott and Costello Meet The Killer (Abbot e Costello entre Assassinos), de Charles T. Barton; Africa Screams (Abbott e Costello em África), de Charles T. Barton; In The Navy (Marinheiro de Água Doce), de Arthur Lubin; 1950: Abbott and Costello Foreign Legion (Abbotte Costello na Legião Estrangeira), de Charles Lamont; 1951: Abbott and Costello Meet the Invisible Man (Abbott e Costello e o Homem Invisível), de Charles Lamont;  Comin Round (Abbott e Costello Pesquizadores), de Charles Lamont; 1952: Jack and the Beanstalk (A Galinha dos Ovos de Ouro), de J. Yarbrough; Lost In Alaska (Abbott e Costello no Alaska), de J. Yarbrough; Abbott and Costello Meet Captain Kidd (Encontro com o Capitão Kidd), de Charles Lamont; 1953: Abbott and Costello Go To Mars (Abbott e Costello vão para Marte), de Charles Lamont; Abbott and Costello Meet Jekyll and Mr. Hyde (Abbott e Costello e o Médico e o Monstro), de Charles Lamont; 1955: Abbott and Costello Meet the Mummy (Abbott e Costello e a Múmia), de Charles Lamont; Abbott and Costello Meet the Keystone Cops (Abbott e Costello Polícias), de Charles Lamont; 1956: Dance with Me, Henry, de Charles T. Barton.

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